Temos o hábito nada salutar de enxergar um cisco no olho dos outros, sem conseguir enxergar um tronco no próprio. Tudo é mais fácil de ver no outro do que em nós mesmos, sejam coisas boas ou ruins. Nós, ocidentais, pecamos na interiorização, acreditando que tudo está do lado de fora.
Desferimos julgamentos o tempo todo, até mesmo de forma inconsciente. É como se isso fosse necessário, porque colocar um rótulo em tudo, afinal, facilita a nossa forma de identificação com o mundo à nossa volta. Se eu classificar o que são as coisas que me rodeiam e, principalmente, quem são as pessoas que me rodeiam, fica mais cômodo para mim, mais lúdico.
A pergunta é: será que as pessoas ao redor precisam de nossa classificação? Precisam receber um julgamento por atos que nem praticam, só porque é o que acreditamos (?) que combina mais com elas? Isso é completamente precipitado... E aqui está exatamente o que nós somos: precipitados. Falta ter calma e falta conhecer; nós queremos mesmo é pular essa parte para julgar, classificar, rotular. Isso sim é legal. Será?
Se alguém que conhecemos realmente acabar errando então, aí sim... Prato cheio para nós! Oportunidade maravilhosa para juízes natos darem o seu veredito sobre aquele que deslizou. O problema é que, não raramente, o próprio juiz mal consegue firmar os pés para dar alguns passos de maneira adequada.
Como lidar com tudo isso? Uma palavra resolve bem a situação, embora a aplicação de seu significado seja ainda algo distante para nós: tolerância. Precisamos ser mais tolerantes... O mundo já está cheio de juízes e não precisamos reforçar este time.
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