A cigana escrava que venceu os mares com sua fé e virou santa
Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.
Desesperadas, as duas Marias puseram-se a orar e chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kritesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta, em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca, sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Pitit-Rhône, hoje tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final de seus dias. Sua história e milagres a fizeram padroeira universal do povo cigano, sendo festejada todos os anos nos "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço).
Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam fazer filhos, faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, onde fariam uma noite de vigília e depositariam a seus pés como oferenda, um diklô (lenço), o mais bonito que encontrassem.
Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade, porque não concebem suas vidas sem filhos. Quanto mais filhos ela tiver, mais dotada de sorte ela é.
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