Paganismo como forma de vida


Há alguns pagãos dos tempos modernos que encontram certo conflito em viver de acordo com os antigos costumes e, na verdade, existe a necessidade de reinterpretação destes costumes. O intuito é o de adaptação à estrutura social dos dias atuais.

Essencialmente, a raiz da adoração pagã é a sintonia com a ordem natural do universo, a celebração dos ciclos naturais e reverência às divindades da natureza.

Historicamente, o povo pagão sempre foi formado por aquelas pessoas que viviam próximas à terra, como fazendeiros, caçadores e pescadores. Essas pessoas são as que efetivamente podem observar as maravilhas do ciclo natural e também a sua importância, pois neste ciclo consiste o meio de vida de quem depende do que a natureza proporciona.

Quando um fazendeiro observava um broto germinar, quando um pescador se guiava em seu barco por uma estrela ou quando o caçador rezava ao Deus dos Chifres para tornar o seu trabalho produtivo, havia a clara relação do homem com o mundo natural.

Hoje, porém, a vida dentro da natureza se tornou menos aparente para muitas pessoas, porque homens e mulheres seguem a ordem social, não mais diretamente a ordem natural. Hoje trabalhamos presos em escritórios, não estamos mais ao ar livre providenciando o próprio sustento.

Devemos nos lembrar, contudo, que não foi a natureza que se escondeu da humanidade, mas a humanidade é que faz tentativas frequentes de subestimar a natureza com o seu "progresso".

Devemos nos lembrar de que o sol e a lua seguem despontando no céu e que mudas verdes em caixas de flores, que é muitas vezes o que podemos ter dentro de casa, possuem a mesma força de vida que ajudou um antigo carvalho a crescer e a atingir sua grandiosidade.

O paganismo é, em sua essência, um convite ao resgate do que sempre fomos. O fato de vivermos hoje em grandes cidades, dentro de apartamentos, não exclui as nossas possibilidades de conexão com a ordem natural que sempre regeu o mundo que habitamos. A preservação de nossas raízes depende unicamente de nós.

Fonte: Caminhos Pagãos (Gwydion O'Hara)

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